quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Paulinho da Viola - Foi um rio que passou em minha vida - 1970



Filho de chorão profissional (César Faria, violonista do longevo conjunto Época de Ouro), Paulo César Faria, o Paulinho da Viola, conviveu desde pequeno com sambistas e chorões que se reuniam em saraus em sua casa. Assim, este que viria a se tornar o “príncipe do samba” conheceu, ainda pequeno, gente como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Cartola, Carlos Cachaça, Candeia, Zé Kéti, Elizeth Cardoso, entre outros grandes nomes da música brasileira.

Tal convivência com músicos de choro e de samba, junto com uma vivência musical aberta a novas influências como a bossa-nova e a renovada MPB da década de 1960, sem dúvida, ajudaram a formar a rica musicalidade de Paulinho da Viola, que se tornou um dos principais renovadores do samba e um dos grandes compositores de sua geração na música brasileira.

Antes de seguir carreira solo, Paulinho da Viola formou junto com outros sambistas (alguns já famosos, como Nelson Sargento, Zé Kéti e Elton Medeiros) o conjunto “A voz do morro”, que gravou três discos entre 1965 e 1966. Nessa época, também fez parte da ala de compositores da Portela e participou, como compositor, cantor e instrumentista do espetáculo “Rosa de Ouro” (1965 e 1967), de Clementina de Jesus e Araci Cortes, dirigido por Hermínio Belo de Carvalho, poeta, letrista e parceiro de Paulinho em vários sambas.

Neste álbum de 1970, o segundo de sua carreira solo, já se pode notar a distinção de seu samba, marcado por uma forte influência do choro, com melodias sinuosas e por uma sofisticação harmônica, presente em músicas como “Nada de novo”, “Não quero você assim” e “Sinal fechado”, canção que demonstra que Paulinho da Viola é muito mais do que um simples sambista e com a qual ele venceu o 5º festival da MPB da TV Record em 1968.

Mas o que se destaca mesmo neste disco são os seus “sambas de morro”, com temática ligada ao cotidiano das comunidades, ao amor e à sua escola de samba, a Portela, para a qual Paulinho compôs um dos sambas mais bonitos da história, a faixa-título deste disco “Foi um rio que passou em minha vida”.


(Denisson Ventura)

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Egberto Gismonti - Egberto Gismonti - 1969


Considerado por crítica e músicos dos mais diversos gêneros um dos maiores e mais completos músicos do mundo, Egberto Gismonti estreou sua carreira discográfica com este álbum, gravado um ano após classificar-se no Festival Internacional da Canção de 1968 com sua música “O Sonho” (letra e música de sua autoria).

Músico de grande erudição, tendo estudado piano (entre outros instrumentos), arranjo e regência em conservatório, Egberto Gismonti encontrou na música popular sua forma de expressão artística mais forte sem, no entanto, nunca abandonar a música erudita mesmo em seus trabalhos ditos populares, tanto assim que todas as orquestrações deste álbum (e dos que viriam depois) são de sua autoria.

Aliás, acerca desse aspecto de sua musicalidade – a erudição a serviço de uma expressão mais popular e vice-versa – vale tecer alguns comentários, pois não é apenas um aspecto sobremaneira interessante de sua obra, mas uma tendência marcante em determinada linha evolutiva da música popular brasileira, que já começa talvez, com o gênio de Pixinguinha, passa de certo modo por Ary Barroso, Vadico, Garoto entre outros (sem falar nos que fizeram o caminho “inverso”, como Villa-Lobos, Guerra-Peixe, Radamés, Camargo Guarnieri e etc.) e em Tom Jobim atinge seu ápice, de modo que a linha entre o erudito e o popular torna-se cada vez mais tênue e insignificante. Essa linha evolutiva seria retomada na década de 1960 por músicos como Francis Hime, Edu Lobo, Dori Caymmi e, de modo ainda mais expressivo, por Egberto Gismonti.

Neste seu primeiro disco, Egberto demonstra esta sua musicalidade singular e inclassificável: não se sabe onde termina o popular e começa o erudito e vice-versa tamanha a perfeição desta fusão. Musicalidade esta que chamaria a atenção de músicos do mundo todo, sobretudo os da Europa, onde Egberto faria sólida e muito bem sucedida carreira como instrumentista, compositor e arranjador.

Este primeiro álbum, totalmente autoral, foi gravado e lançado pela Elenco, gravadora que prezava pela qualidade artística e pelo bom gosto, que lançou na década de 1960 alguns dos mais importantes álbuns da música popular brasileira.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Jorge Ben - Samba Esquema Novo - 1963

Artista de grande verve popular e, ao mesmo tempo, bastante inventivo e sofisticado, Jorge Bem conquistou uma legião de admiradores e de seguidores desde este seu primeiro trabalho fonográfico, cujo título já apontava para a renovação estética que o cantor e compositor promoveria na música popular brasileira.

Mesclando influências, à época, aparentemente improváveis de se fundirem, como o samba dos morros e a música negra americana – inclusive o rock’n roll –, (além do jazz), Jorge Ben forjou um novo estilo de música, que precederia toda a chamada black music brasileira (que, com Tim Maia, na década de 1970, chegaria ao seu apogeu).

Jorge Ben classificou sua música inclassificável de “samba esquema novo” ou "sambalanço". Outros a chamariam mais tarde de samba-rock. Mas o fato é que a sua música, rica das mais diversas influências e independentemente de qualquer classificação, logo chamou a atenção dos artistas mais comprometidos com a renovação da música brasileira. E, por ter forte apelo popular (no melhor sentido), também atraiu a atenção do público em geral e, assim, seu primeiro disco foi um grande êxito de crítica e de público – apesar dos críticos mais conservadores, como é de praxe, verem na música de Jorge Ben uma “modernidade excessiva” e pouca “brasilidade”.

Para gravar este seu primeiro álbum, Jorge Ben contou com um grupo de jazz, o Meireles e os Copa 5 (apontado por especialistas como o primeiro grupo de samba-jazz surgido no Brasil). A escolha desse grupo para acompanha-lo na gravação de seu primeiro disco deveu-se à dificuldade que Jorge teve de encontrar músicos que entendessem (ou aceitassem) a sua musicalidade singular e nova: sambistas recusavam-se a tocar em compasso quaternário e roqueiros não tinham balanço suficiente para levar o suingue da nova música.

Desse modo, Jorge Ben encontrou na concepção livre do já mencionado grupo de jazz a adequação perfeita para acompanhá-lo na gravação de seu primeiro álbum. Álbum este que refletia um maior intercâmbio entre a música negra brasileira e a música negra americana e efletia um maior intercpop da ma levar o suingue e nova: de samba-jazz surgido no Brasil).abriria caminho para a renovação de uma vertente mais pop da música popular brasileira.


(Denisson Ventura)


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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Tropicalia Ou Panis Et Circencis - 1968


Mais do que um movimento musical, a Tropicália representou um movimento cultural, que abrangeu poesia, artes plásticas e cinema, tendo na música sua expressão maior. O próprio termo “Tropicália” (em vez de tropicalismo) foi criado por um artista plástico moderno – Hélio Oiticica, que fizera uma exposição com esse título em 1967. Caetano Veloso, que tinha composto uma canção-manifesto em 1967, pôs nesta o título criado pelo artista plástico.

Diversamente da Bossa-Nova, os tropicalistas não pretendiam renovar a música brasileira a partir da elaboração e sofisticação musical ou de qualquer proposta estritamente musical. Como era um movimento cultural e não só musical, a idéia dos tropicalistas era mudar a atitude na MPB e torná-la mais “liberal”, mais aberta a influências externas e mais atenta a valores do próprio Brasil.

Liderada por Caetano Veloso e Gilberto Gil, a Tropicália contou com vários “associados”, que colaboraram com o movimento, cada qual à sua maneira, reforçando a própria proposta “anárquica” (e sarcástica) do movimento. Foram cantores, instrumentistas, arranjadores e poetas que aderiram à idéia de “universalização” da música brasileira através da assimilação de elementos internacionais e de elementos nacionais também – mas os que tinham sido descartados, por assim dizer, pela moderna música brasileira – numa adaptação da idéia de antropofagia cultural, do poeta e agitador modernista Oswald de Andrade.

Desse modo, pode-se dizer que este disco, o marco maior da Tropicália, é a síntese das idéias estéticas e musicais de Caetano Veloso e Gilberto Gil, acrescidas pelas valiosas colaborações de gente como os compositores e letristas Tom Zé, Capinan e Torquato Neto, das cantoras Gal Costa e Nara Leão, do grupo Os Mutantes e do maestro Rogério Duprat, além de todos que participaram indiretamente do disco, mas participaram diretamente do movimento.

Se Caetano foi o grande mentor intelectual do movimento, Gilberto Gil o foi musicalmente, já que possuía, reconhecidamente, uma musicalidade superior à de todos os músicos do movimento. Foi de Gilberto Gil toda a concepção de arranjos de base do álbum, que foi teve todas as orquestrações feitas pelo singular maestro Rogério Duprat, o mais tropicalista e um dos mais influentes maestros brasileiros de todos os tempos. Vale destaque sua participação nesse histórico álbum, pois todo o clima e ambientação que ele criou coadunaram-se perfeitamente com as idéias de Caetano e Gil, dando ao álbum uma sonoridade extremamente nova e rica.

Apesar de ter tido vida curta, tendo sua morte logo decretada pelo regime militar, a Tropicália revolucionou a música brasileira – não no aspecto estritamente musical, como já disse – mas no sentido de introduzir nesta uma mudança de atitude, uma atitude mais aberta e ao mesmo tempo mais crítica. Pode-se sentir até os dias de hoje a força e a influência dos tropicalistas, que fizeram a cabeça de músicos de várias gerações. E este álbum prova que sua proposta continua sempre nova e atual.



(Denisson Ventura)

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Moacir Santos - Coisas - 1965



“Coisas”, de Moacir Santos, é um capítulo à parte na história da música brasileira. O título, simples e originalíssimo, representa bem o conjunto de músicas que compõem o álbum: dez peças musicais de extrema beleza e originalidade, tudo isso sem perder a singeleza. Sem dúvida, este álbum é um dos trabalhos mais importantes para a evolução da nossa música, sobretudo para a música instrumental, por toda a contribuição que deu a esta em termos de inovação, elaboração e beleza.

Ao ouvir “Coisas”, a impressão que se tem é que o disco foi lançado num dia desses, tamanha a sua modernidade e atemporalidade. Em tudo, o álbum é extremamente moderno: nos temas, nos arranjos, na escolha de timbres e naipes, enfim, um álbum perfeito e magistral.

Comprova esta impressionante modernidade o fato de todas as dez coisas terem sido regravadas em 2001, com os mesmos arranjos e instrumentações originais, num disco duplo em homenagem ao maestro (que ainda era vivo) intitulado “Ouro Negro”.

Lançado em 1965, “Coisas” é o primeiro álbum autoral do maestro Moacir Santos, que trabalhou durante quase duas décadas na Rádio Nacional, onde era o único maestro negro e, provavelmente, o mais original de todos. Antes de “Coisas”, além dos trabalhos na rádio como compositor e arranjador, Moacir trabalhou como compositor de trilhas em diversos filmes (como Ganga Zumba, Seara Vermelha, Os Fuzis etc.) e como arranjador em diversos álbuns, sobretudo nas décadas de 1950 e 1960, sendo dessa maneira, um dos músicos mais importantes para a renovação da música brasileira nesse período.

Moacir Santos é um verdadeiro inventor musical, um maestro no sentido etimológico da palavra, professor de outros mestres da música brasileira, como Baden Powell, Dori Caymmi, Paulo Moura, Chiquito Braga, Roberto Menescal entre outros grandes nomes da MPB. O maestro faz parte de um “grupo” de músicos imprescindíveis para a renovação da música brasileira – cada qual à sua maneira e com sua musicalidade –, como Tom Jobim, Radamés Gnatalli, Luiz Bonfá e João Gilberto.

Mas Moacir é um caso à parte, já que foi o único que resgatou um tipo de música que estava relegado nessa época: a música afro-latina, que ele conseguiu, genialmente, amalgamar a outras influências, como o jazz, a música nordestina e a música erudita, formando um estilo de música impossível de classificar, rico, vigoroso e extremamente influente.

E é esta grande música, esta grande arte deste genial artista que se pode apreciar em “Coisas”, um álbum essencial na história da música brasileira.


Coisa No. 4
Coisa No. 10
Coisa No. 5
Coisa No. 3
Coisa No. 2
Coisa No. 9
Coisa No. 6
Coisa No. 7
Coisa No. 1
Coisa No. 8


(Denisson Ventura)


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sábado, 4 de julho de 2009

Milton Nascimento - Travessia - 1967


Milton Nascimento é, sem dúvida, o compositor mais original de sua geração, um músico que não seguiu nenhuma linhagem musical específica, mas criou sua própria linhagem e sua própria linguagem, ao mesmo tempo simples e complexa, densa e popular, acessível e extremamente expressiva. Como afirmou Caetano Veloso, Milton, sozinho, é um movimento musical. E em seu disco de estréia, o cantor e compositor já mostra que é um verdadeiro criador musical, do tipo que só surge raramente e que só poderia ter nascido no Brasil.

Gravado em 1967, mesmo ano em que Milton classificou três músicas no Festival Internacional da Canção, o álbum contou com a participação do Tamba Trio em todas as faixas e foi arranjado por Luiz Eça (líder do trio) e por Eumir Deodato, que fizera as orquestrações das três canções classificadas no FIC (Travessia, Morro Velho e Maria, Minha Fé).

Embora “Travessia” tenha ficado em segundo lugar no FIC de 1967, este ficou conhecido como “Festival de Travessia”, tamanho o êxito da canção de Milton e Fernando Brant, sobretudo entre os músicos e os críticos, que reconheceram na musicalidade de Milton algo plenamente novo, somente comparável talvez, em termos de originalidade, à Bossa-Nova à época de seu surgimento.

Este álbum, gravado pouco tempo depois da realização do FIC, é a ratificação desta musicalidade ímpar, já notada por músicos e críticos nas canções apresentadas no festival e em mais sete belas canções que se tornariam, em sua maioria, verdadeiros clássicos da música brasileira, algumas regravadas inúmeras vezes no Brasil e no mundo.

Mas não é só como compositor que Milton é original; o Milton cantor, o Milton intérprete também chegou para fazer escola, para indicar novos caminhos para o canto, equilibrando uma certa suavidade bossanovística com um vigor interpretativo sobremaneira novo, tudo isso junto a sutilezas vocais que ele aprimoraria ainda mais com o tempo e que influenciariam toda uma geração de cantores.

Apesar do grande prestígio que Milton adquiriu junto a músicos e a críticos depois do FIC e da gravação deste álbum, demorou um pouco para que ele se tornasse um músico realmente popular. E isso, de certo modo, é um atestado de sua grande qualidade artística: um músico idiossincrático, que não fez concessões em troca de sucesso imediato, mas preferiu aprimorar-se como músico e continuar fazendo seu trabalho com verdade e interesse puramente artístico.


1. Travessia (Milton Nascimento, Fernando Brant)
2. Três Pontas (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos)
3. Crença (Márcio Borges, Milton Nascimento)
4. Irmão de Fé (Márcio Borges, Milton Nascimento)
5. Canção do Sal (Milton Nascimento)
6. Catavento (Milton Nascimento)
7. Morro Velho (Milton Nascimento)
8. Gira, Girou (Márcio Borges, Milton Nascimento)
9. Maria, Minha Fé (Milton Nascimento)
10. Outubro (Milton Nascimento, Fernando Brant)


(Denisson Ventura)

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sábado, 20 de junho de 2009

Elizete Cardoso - Canção do Amor Demais - 1958


Depois do êxito da parceria iniciada com a trilha sonora da peça “Orfeu da Conceição” (1954), Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Morais juntaram-se novamente e produziram um conjunto de obras primorosas que mudaria para sempre os rumos da música brasileira. Para interpretar essa nova safra de canções, os compositores convidaram Elizete Cardoso, já uma cantora de grande prestígio nessa época. O resultado dessa parceria foi este álbum, gravado e lançado em 1958 pela gravadora Festa, com arranjos de Jobim.

A escolha de Elizete Cardoso deu-se pela sua grande qualidade e versatilidade vocais e pela sua notável sensibilidade interpretativa, como o próprio Vinícius destacou no encarte do histórico álbum. Evidentemente, sua popularidade também pesou nessa escolha.

Embora Elizete estivesse ainda ligada a um modo mais “tradicional” de cantar, com uma pronúncia forte de “erres” e o uso de bastante vibrato, ela já apresentava uma divisão mais moderna, podendo ser considerada uma intérprete de transição.

E é isso que este disco representa: uma transição. Transição em termos harmônicos, melódicos, rítmicos, de letras e de arranjos. Numa época em que dominavam os sambas-canções e boleros derramados (às vezes, até dramalhões), Tom Jobim chegou com seus sambas e canções modernos, minimalistas, com arranjos econômicos e sofisticados, que mais lembravam música de câmara, com toda sua elegância e simplicidade.

O álbum é uma verdadeira reunião de obras-primas de Tom e Vinícius, sendo nove músicas feitas em parceria, duas só de Tom (Outra vez e As praias desertas) e duas só de Vinícius (Medo de amar e Serenata do adeus). Mas foram duas faixas específicas deste álbum que o tornaram revolucionário e extremamente emblemático: “Outra vez” e “Chega de saudade”, que contaram com o violão sui generis do jovem músico João Gilberto, que inventara uma batida diferente, nunca ouvida antes, que formaria a base rítmica da Bossa-Nova – termo que nem existia ainda para designar o movimento musical que surgiu com esse álbum.

Depois de “Canção do Amor Demais”, a música popular brasileira tomou novos rumos e jamais foi a mesma. A guinada estética que este álbum seminal representou e as inovações que trouxe transformaram a música brasileira e indicaram definitivamente o caminho para a sua modernização.


(Denisson Ventura)

1 Chega de Saudade
2 Serenata do Adeus
3 As praias desertas
4 Caminho de pedra
6 Janelas abertas
7 Eu não existo sem você
8 Outra vez
9 Medo de amar
10 Estrada branca
13 Canção do amor demais

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sábado, 13 de junho de 2009

Quarteto Novo - Quarteto Novo - 1967




Quarteto Novo, de 1967, é o primeiro e único disco do quarteto homônimo, formado por Théo de Barros (violão e contrabaixo), Airto Moreira (bateria e percussão), Heraldo do Monte (violas e guitarra) e Hermeto Pascoal (piano e flauta). É, sem dúvida alguma, um dos discos mais importantes da história da música popular brasileira, pois trouxe importantes inovações, sobretudo para a música instrumental, que na época do surgimento do conjunto (que nasceu como Trio Novo, ainda sem Hermeto), encontrava-se muito fechada em preconceitos e resumia-se, basicamente, aos trios de bossa-nova e conjuntos de samba-jazz.


Nesse sentido, a maior importância do Quarteto Novo está em sua concepção musical, em especial na parte de arranjos e improvisações. Todos os conjuntos instrumentais da década de 1960 (a maioria, trios e quartetos) tinham mais ou menos a mesma concepção musical, isto é, baseavam-se em estruturas e fraseados jazzísticos para as improvisações, em detrimento de uma forma mais brasileira de improvisar. O Quarteto Novo mudou isto, introduzindo uma maneira peculiar e bem brasileira de improvisar e de fazer arranjos. Também contribuiu para romper preconceitos que existiam com relação à música regional, sobretudo a nordestina.


A música nordestina, aliás, é a referência mais forte nesse álbum. É a partir da estrutura de gêneros musicais nordestinos, como o baião, o xaxado, a moda de viola, entre outros que os músicos do quarteto inventaram uma nova forma de arranjar os temas e de improvisar sobre eles, ou seja, criaram uma nova linguagem musical, própria, diversa e exuberante.


Além dessa mudança de paradigma em termos de arranjos e improvisações, o Quarteto Novo trouxe uma representativa inovação em sua própria formação instrumental, que, além do piano, da bateria e do contrabaixo, contava também com a flauta, a guitarra, o violão, a viola e a percussão, todos esses instrumentos tocados de modo sobremaneira novo, peculiar e virtuosístico.


Infelizmente, o Quarteto Novo durou apenas dois anos, dissolvendo-se em 1969. Mas sua passagem meteórica deixou um rastro de inovação e originalidade que marcou definitivamente a história da MPB, colaborando, desse modo, para sua evolução e consolidação como uma das músicas mais fortes e influentes do mundo.



(Denisson Ventura)


2 Fica mal com Deus
4 Algodão
5 Canta Maria
6 Síntese
8 Vim de Sant'Ana

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